‘As mulheres do Aluá’ – em Macapá

“As Mulheres do Aluá” - FOTO: Paulo Rocha

“As Mulheres do Aluá” – FOTO: Paulo Rocha

Ontem (26/10/2015), às 20 horas, tive a oportunidade de assistir o espetáculo “As mulheres do Aluá”, no Teatro das Bacabeiras (AP). A montagem teatral da Companhia “O Imaginário” de Rondônia, exibe uma atmosfera hostil e opressora na Amazônia. Num passado não muito distante, o texto sinaliza alguns aspectos históricos, tais como o ciclo da borracha e a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.

O enredo trazido pela Companhia “O Imaginário” é propício para provocar reflexões no momento atual, quando discutimos – em várias esferas -, o aspecto machista da sociedade brasileira e a violência contra a mulher.

As cenas retratam a história de mulheres que foram condenadas em um período em que o pensamento do homem é que determinava a condição de cada uma delas. As personagens são mulheres de diferentes épocas – cada uma com sua história marcada pela violência – rés em processos judiciais. O texto é resultado de um minucioso trabalho de pesquisa.

O espetáculo inicia com uma situação de impacto – quatro mulheres condenadas estão aprisionadas em quatro pequenas celas. A cena com um trabalho de iluminação, ganha um contorno estético e uma beleza plástica. Os objetos cênicos possuem uma força expressiva e dão ao espetáculo um clima sedutor.

Uma das cenas marcantes é o encontro “mágico”  – quase um ritual – onde Bebé Robert, Josefa Cebola, Elisa e Catharina bebem e festejam o ‘Aluá’ – momento rico de lembranças e repleto de memórias.

A Companhia “O Imaginário” fará a sua segunda apresentação, hoje (27/10/2015), as 20 horas no Teatro das Bacabeiras – o espetáculo é gratuito, basta tirar a senha na bilheteria do teatro, uma hora antes do início da peça. A apresentação em Macapá priorizou um brilhante trabalho de acessibilidade, com dois interpretes transmitindo em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Desta forma, quem for assistir “As Mulheres do Aluá” poderá usufruir de um espetáculo de qualidade capaz de acionar um caloroso debate sobre as questões relacionadas ao universo feminino e as relações de gênero.

O produtor do espetáculo em Macapá, Paulo Rocha, fez um brilhante trabalho de divulgação. Parabéns às atrizes, à direção e à equipe de produção.

Por Joaquim Netto

Historiador e Crítico de Arte

‘Seu Portuga e a Língua Portuguesa’ – Carlos Lima

Seu Portuga e a lingua portuguesa

(Foto: Divulgação)

O divertido espetáculo ‘Seu Portuga e a Língua Portuguesa’, comemorou seus 21 anos, nesta terça-feira (20/10/2015), às 20h, com um show no Teatro das Bacabeiras (Amapá). Antes de iniciar a peça, Carlos Lima e o elenco receberam convidados que abrilhantaram a noite.

O espetáculo é uma “aula” de português – repleta de humor e elegância. O texto, a produção e a direção são do ator Carlos Lima (Seu Portuga).

Carlos ao lado das atrizes Sueli Matos e Josiane Ferreira, interpretou mais uma vez o personagem “Seu Portuga”. Com um passeio pela história do nosso idioma, fala das classificações gramaticais e das reformas ortográficas. Vai da “fonética à sintaxe, através da personificação de elementos da gramática, como o gerúndio e o pronome pessoal”. Tudo isso numa representação teatral cheia de grandes surpresas artísticas e muito riso.

A apresentação contou com a participação de vários artistas, entre eles: Mapige Gemaque e Maurício Maciel, além de grupos de dança, o cantor Zé Miguel e o fabuloso Juliano Rossy – cover amapaense de Reginaldo Rossi.

“Seu Portuga e a Língua Portuguesa” foi criado em 1994 – é um espetáculo premiado e uma das montagens emblemáticas da arte cênica amapaense. O trabalho já foi exibido em vários estados do Brasil e no exterior. Nestes vinte e um anos, com o objetivo de incentivar o estudo da língua portuguesa, o grupo fez muitas apresentações em escolas públicas e particulares.

Por Joaquim Netto

Historiador e Crítico de Arte